Pontos Turísticos

Museus

Antiga capital do estado, Niterói tem um passado que desperta o desejo de aprender. Parte da história e até da pré-história da cidade está guardada no Museu do Ingá, antiga sede do governo fluminense, no Museu Antônio Parreiras, primeiro do país dedicado a um único artista e no Museu Arqueológico de Itaipu, localizado ao lado do sítio da Duna Grande. Visitar o Solar do Jambeiro e a Casa de Oliveira Viana, com seus móveis e objetos de época, é dar um mergulho no século passado. Mas nenhum programa cultural fica completo sem uma viagem pela arquitetura futurista do Museu de Arte Contemporânea.


Museu de Arte Contemporânea (MAC)



Projeto do arquiteto Oscar Niemeyer, foi criado para abrigar o acervo de João Sattamini, segunda maior coleção de arte contemporânea brasileira, com mais de mil peças reunidas desde a década de 50 e cedida à prefeitura municipal em regime de comodato.

O edifício, em formato de taça, no alto do Mirante da Boa Viagem, possui 16 metros de altura e 50 metros de diâmetro, sustentado por um único apoio central. Apesar da aparência leve, a estrutura tem capacidade para suportar um peso equivalente a 400 quilos por metro quadrado e resistir a ventos de até 200 quilômetros por hora. Na base, um espelho d’água onde estão imersos 36 faróis de avião, acesos à noite, ajuda a criar a ilusão de ausência de peso. Uma rampa sinuosa de 200 metros de extensão dá acesso ao interior, onde uma varanda de 360 graus permite uma visão panorâmica da Baía de Guanabara. Possui ainda um auditório, no subsolo, com capacidade para 60 pessoas.

Inaugurado em 1996, após cinco anos de obras ao custo de 5 milhões de dólares, passou a ser o símbolo e um dos cartões-postais da cidade no mundo inteiro, recebendo uma média de 15 mil visitantes por mês.

Endereço: Mirante da Boa Viagem, s/nº - Boa Viagem.
Telefones: (21) 2620-2400 e 2620-2481.
Visitação: Terça a domingo, das 10h às 18h.
Ingreso: R$ 4,00; estudantes, R$ 2,00; entrada franca às quartas.
Site: www.macniteroi.com
Ônibus: 47-A (Campus da UFF / circular) e 47-B (Campus da UFF-MAC / circular).


Museu Arqueológico de Itaipu (MAI)



Foi inaugurado em 1977, nas ruínas do antigo Recolhimento de Santa Tereza, convento fundado em 1764 para abrigar as religiosas em retiro espiritual ou cumprindo penitência, bem como para confinar as esposas e filhas de fazendeiros em viagem. O convento funcionou ainda como asilo para menores a partir de 1883 e, depois de abandonado, serviu de moradia para os pescadores da região e até cadeia.

Tombado em 1955 pelo Instituo do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, o prédio passou por uma longa obra de recuperação, sendo escolhido para sediar o museu devido à sua proximidade com o sítio arqueológico da Duna Grande, que guarda vestígios da ocupação humana pré-histórica na região.

Duna Grande

Com 10 mil metros quadrados e 30 metros de altura, a Duna Grande é um dos dois maiores sítios fluminenses do tipo sambaqui - formado por conchas, restos de alimento, utensílios e ossos depositados ao longo do tempo. Foi descoberto em 1968 pela equipe técnica do Instituto de Arqueologia Brasileira durante prospecções no litoral do estado. Embora nunca tenha sido pesquisado profundamente, o Sítio da Duna Grande foi considerado monumento-símbolo da arqueologia brasileira em 1987, durante o cinqüentenário do IPHAN, que até hoje analisa o seu tombamento.

O MAI desenvolve um programa educativo-cultural voltado para as escolas e a comunidade local, baseado no seu acervo composto por objetos testemunhos dos povos indígenas que habitaram o litoral fluminense na época anterior ao descobrimento do Brasil. Os povos sambaquieiros chegaram ao litoral do estado há cerca de 7 mil anos e ali se estabeleceram até a chegada dos tupi e dos macro-jê (goitacá) há aproximadamente 2 mil e 600 anos.

A coleção inclui blocos-testemunho (entre os quais o do Sambaqui de Camboinhas, com quase 8 mil anos), artefatos de pedra (principalmente lascas de quartzo), pontas de ossos, polidores, furadores, moedores, almofarizes, anzóis e peças de cerâmica utilizados por essas populações para a pesca, caça e coleta de moluscos, sementes, frutos e raízes silvestres, além de adornos, conchas e restos ósseos de peixes e animais. Boa parte dessa coleção foi doada ao museu pelo arqueólogo amador e morador de Itaipu, Hildo de Mello Ribeiro, que coletou o material na região durante 20 anos. O restante veio de outros sítios existentes na faixa litorânea até Cabo Frio.

O MAI dispõe de uma sala para exposição de material arqueológico e um espaço para exposições temporárias e eventos diversos, funcionando na antiga capela do Recolhimento.

Endereço: Praça de Itaipu, s/nº - Praia de Itaipu.
Telefones.: (21) 2709-4079 e 2608-2675.
Visitação: Quarta a domingo, das 13h às 17h.
E-mail: mai@easynet.com.br
Ônibus: 38 (Itaipu-Centro), 52 (Maria Paula-Itaipu) e 46 (Várzea das Moças-Itaipu).


Museu de História e Arte do Rio de Janeiro (Museu do Ingá)



O Palacete Sande ou Palácio Nilo Peçanha foi construído em estilo neoclássico, por volta de 1860, pelo médico e chefe do Partido Liberal do estado, José Martins Rocha, servindo de local para importantes reuniões políticas. Após a sua morte foi vendido ao industrial português José Francisco Correia – Visconde de Sande, depois Conde de Agrolongo – que o usou como residência até seu retorno à Portugal, em 1903. Nesse mesmo ano Niterói recuperou a condição de capital do estado, que havia se transferido provisoriamente para Petrópolis devido à Revolta da Armada. O palacete foi então adquirido, em 1904, pelo governador Nilo Peçanha para ser a nova sede do governo fluminense. Nessa época o prédio foi reformado e ampliado, ganhando as características atuais.

Até a fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, em 1975, teve 43 ocupantes, entre governadores eleitos, interinos e interventores federais. Após a fusão passou a abrigar simultaneamente o Museu de Artes e Tradições Populares, inaugurado em 1976, e o Museu Histórico do Rio de Janeiro, aberto um ano depois. Em 1991, os dois museus foram fundidos sob a denominação de Museu de História e Arte do Estado do Rio de Janeiro. Durante um breve período, nos anos 90, o então governador Marcello Alencar passou a usar ocasionalmente o prédio como gabinete de trabalho, o que provocou a sua interdição ao público.

O acervo do Museu do Ingá é composto por aproximadamente 4.800 peças, entre móveis, porcelanas, cristais, acessórios de indumentária, moedas, medalhas, documentos, fotografias e obras de arte. Sua pinacoteca possui cerca de 120 obras de artistas como Cícero Dias e Antônio Parreiras. Entre os objetos de cultura popular destacam-se peças de vestuário e complementos de festas populares e danças folclóricas, peças de artesanato indígena e afro-brasileiro, instrumentos e utensílios de trabalho doméstico e rural, adornos, brinquedos, ex-votos, livros de cordel etc.

Reserva Técnica

Reserva Técnica

Mantém três exposições permanentes: Acervo Banerj, Figura Popular e Galeria dos Governadores . O Acervo Banerj reúne 873 peças entre pinturas, esculturas, gravuras, desenhos e até tapetes persas e caixas de correio antigas que, com a privatização do banco, em 1998, passaram à guarda do governo do estado. A coleção começou a ser montada em 1965, a partir da compra direta e como pagamento de dívidas. Estão lá trabalhos de Oswaldo Goeldi - considerado o maior gravurista do Brasil - Alberto Guignard, Eduardo Sued, Djanira, Tarsila do Amaral, Pancetti, Di Cavalcanti, Iberê Camargo e Burle Marx. A exposição Figura Popular mostra esculturas em madeira e cerâmica realizadas por artesãos como Mestre Vitalino e José Antônio da Silva, o Zé Caboclo. A Galeria dos Governadores exibe retratos dos mandatários fluminenses que usaram o prédio como residência.

O museu ainda oferece uma biblioteca especializada em história, artes plásticas, arte popular e folclore, oficinas de pintura, escultura, gravura, cerâmica e papel artesanal, além de cursos, apresentações de teatro e música e exposições temporárias. O prédio foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural em 1983.

Endereço: Rua Presidente Pedreira, 78 – Ingá.
Telefones: (21) 2299-9574/75/76/77 e 2719-4149.
Visitação: Terça a sexta, das 11h às 17h; sábados, domingos e feriados, das 14h às 17h.
Ingresso: Entrada franca.
Ônibus: 17 (São Francisco-Centro), 32 (Cachoeira-Centro), 33 (Jurujuba-Centro), 43 (Fonseca-Centro-Icaraí / via 22 de Novembro), 46 (Várzea das Moças-Centro), 47 (Canto do Rio-Centro), 47A (Campus da UFF / circular), 47B (Campus da UFF-MAC / circular), 49 (Fonseca-Centro-Icaraí / circular), 53 (Santa Rosa-Centro), 57 (Icaraí-Centro) e 60 (Ilha da Conceição-Icaraí).


MMuseu Antônio Parreiras



Construído em 1894, no bairro do Ingá, e transformado em museu pelo governo do estado em 1941, expõe permanentemente obras do seu antigo dono, o pintor Antônio Parreiras (1860-1937), considerado o maior paisagista brasileiro.

Nascido no bairro de São Domingos, Parreiras iniciou sua formação artística em 1883, na Academia Imperial de Belas Artes. Lá teve como professor, na cadeira de Paisagem, Flores e Animais, o alemão Georg Grimm, que o incentivou a pintar ao ar livre, embora esse método contrariasse o ensino clássico e formal da época. Um ano depois Parreiras trocou a Academia pela Escola da Boa Viagem, passando a integrar o grupo de artistas liderado pelo antigo professor. Ao longo da década de 1880, o Grupo Grimm usou o entorno de São Domingos e da Boa Viagem como cenários das suas obras, dando origem ao paisagismo, importante movimento da pintura brasileira. Em 1886, Parreiras realizou sua primeira exposição individual e, em 1888, transferiu-se para a Itália, aperfeiçoando suas técnicas na Accademia di Belle Arti di Venezia. Retornou ao Brasil em 1890, assumindo a cadeira de paisagem na Academia Imperial de Belas Artes, que mais tarde abandonaria para criar sua própria escola de pintura ao ar livre .

Antonio Parreiras

Antonio Parreiras

Durante a transição do século XIX para o século XX consagrou-se artisticamente, realizando inúmeras encomendas de pinturas, em especial as que retratavam episódios históricos regionais, hoje expostas nos palácios de governo das principais capitais brasileiras. Em 1925 já era considerado o pintor mais popular do país e, um ano depois, publicou sua autobiografia, ingressando na Academia Fluminense de Letras

O acervo do Museu Antônio Parreiras reúne cerca de 600 peças ligadas às mais variadas tendências estéticas da arte nacional dos séculos XIX e XX, além de uma coleção estrangeira bastante significativa. A coleção Antônio Parreiras possui 168 pinturas e 147 desenhos do período que vai de 1883 a 1937, representando toda a trajetória do artista.

Além de exposições permanentes e temporárias, o museu dispõe de biblioteca e arquivo histórico, oferece cursos e desenvolve programas educativos dirigidos à alunos e professores do ensino médio e fundamental.

O conjunto arquitetônico, composto pelos prédios que serviam de residência e atelier a Parreiras, mais um parque arborizado de 4 mil metros quadrados plantado pelo próprio pintor, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1967.

Endereço: Rua Tiradentes, 47 – Ingá.
Telefones: (21) 2299-9578 e 2719-8728 (para visitas guiadas).
Visitação: Terça a sexta, das 11h às 17h; sábados, domingos e feriados, das 14h às 17h.
Ingresso: Entrada franca.
Ônibus: 32 (Cachoeira-Centro), 47 (Canto do Rio-Centro), 47A (Campus da UFF / circular) e 47B (Campus da UFF-MAC / circular).


Solar do Jambeiro


Solar do Jambeiro

Também conhecido como Palacete Bartholdy, o sobrado foi construído em 1872 numa chácara, no bairro de São Domingos, pelo comerciante português Bento Joaquim Alves Pereira. Depois de ter servido de residência ao médico Júlio de Magalhães Calvet e ao pintor Antônio Parreiras, foi vendido em 1892 ao diplomata dinamarquês Georg Christian Bartholdy. Devido às longas ausências decorrentes das missões profissionais do seu novo proprietário, durante os 30 anos seguintes o palacete abrigou famílias e atividades diversas, chegando a sediar um clube e um internato para moças.

A partir de 1920 os Bartholdy passaram a ocupá-lo definitivamente, até os anos 80. Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1974 e desapropriado pela prefeitura municipal em 1997, após um período de abandono, para fins de preservação e recuperação histórica e arquitetônica. Transformado em centro cultural e de atividades educativas em 2001, o solar abriga exposições, apresentações musicais e teatrais, cursos, oficinas, conferências e lançamentos literários e jornalísticos.

O conjunto arquitetônico ocupa um área de 6.150 metros quadrados densamente arborizada, com jardins e uma reserva florestal no trecho em aclive onde se destacam as mangueiras, o pau-brasil, a palmeira imperial e a sapucaia, além, é claro, dos jambeiros. Um deles, inclusive, deu nome ao solar em 1987, quando foi feita uma grande festa para comemorar o seu centenário.

Retrato típico de uma época de luxo e extravagância, o sobrado é um exemplo notável da arquitetura residencial urbana burguesa da segunda metade do século XIX, com suas paredes e tetos ricamente adornados e seu piso de madeira formando desenhos geométricos. Tudo isso decorado com mobiliário de época, cristais, louças, livros raros e obras de arte. O revestimento das fachadas, feito com tapetes de azulejos portugueses e beirais de louça pintados a mão, compõe um dos conjuntos de azulejaria em residências urbanas mais importantes do século XIX.

Endereço: Rua Presidente Domiciano, 195 – São Domingos.
Telefones: (21) 2620-0906 e 2620-1097.
Visitação: Terça a domingo, das 13h às 18h (prédio) e das 9h às 18h (jardim).
Ingresso: R$ 3,00; estudantes, R$ 1,00; entrada franca aos sábados.
Site: www.solardojambeiro.com.br
Ônibus: 47 (Canto do Rio-Centro), 47A (Campus da UFF / circular) e 47B (Campus da UFF-MAC / circular).


Casa de Oliveira Viana



Nessa casa de 1911 viveu Francisco José de Oliveira Viana (1883-1951), um dos maiores nomes do pensamento nacional. Filho de fazendeiros, Oliveira Viana nasceu em Saquarema e ainda menino mudou-se com a mãe viúva para Niterói. Jurista, professor, etnólogo, historiador, sociólogo e escritor, foi consultor jurídico do Ministério do Trabalho, Ministro do Tribunal de Contas da União e membro da Academia Brasileira de Letras. Dedicou-se às questões trabalhistas e à formação brasileira, publicando títulos de grande repercussão como Populações meridionais do Brasil (1920), Raças e assimilação (1932) e Instituições políticas brasileiras (1949). Sua controvertida obra, marcada por posições conservadoras, é considerada como o marco de uma nova fase de interpretação dos estudos brasileiros.

Oliveira Viana

Oliveira Viana

Após a morte de Oliveira Viana, seus alunos iniciaram um movimento pela criação de uma fundação dedicada ao acadêmico. Em 1955 a casa com todos os seus pertences foi adquirida pelo governo do estado para a criação da Fundação Oliveira Viana. Em 1975, depois de reformada, recebeu o nome atual, sendo aberta ao público como museu e centro de estudos, sob administração da Fundação Estadual de Museus do Rio de Janeiro e, a partir de 1979, da Fundação de Artes do Estado do Rio de Janeiro.

A casa oferece uma biblioteca com 15 mil obras - entre livros, periódicos e documentos – nas áreas de sociologia, antropologia, ciência política, direito, filosofia, história e literatura - disponíveis para pesquisa, além móveis, louças, cristais, quadros, instrumentos de trabalho e objetos pessoais que reproduzem o ambiente onde viveu Oliveira Viana. Considerando o alto valor cultural do seu acervo, a prefeitura municipal tombou o prédio em 1992.

Endereço: Alamenda São Boaventura, 41 – Fonseca.
Telefone: (21) 2299-9579.
Visitação: Segunda a sexta, das 10h às 17h.
Ingresso: Entrada franca.
Ônibus: 21 (Fonseca-Centro), 22 (Fonseca-Centro / via Marquês do Paraná), 23 (Teixeira de Freitas-Centro), 24 (Palmeiras-Centro), 25 (Riodades-Centro), 43 (Fonseca-Centro-Icaraí / via 22 de Novembro), 49 (Fonseca-Centro-Icaraí / circular) e 62 (Fonseca-Charitas).

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