Cidade

História

A história de Niterói começa em 1568. Nesse ano, Mem de Sá, governador-geral do Brasil, concedeu uma sesmaria ao cacique temiminó Araribóia - batizado Martim Afonso de Souza - como recompensa por sua participação na expulsão das tropas francesas da Baía de Guanabara, um ano antes. Era também interesse da coroa portuguesa fixar Araribóia e sua tribo, vindos da capitania do Espírito Santo, na Banda d’Além – como eram chamadas as terras do lado oriental da Baía – para ter um aliado permanente contra possíveis invasores. Esse lote de terras, originalmente doado ao fidalgo português Antônio de Marins Coutinho, que era provedor da Fazenda, estendia-se uma légua pela costa na direção norte, a partir das primeiras barreiras vermelhas, atual Avenida Litorânea, entre Boa Viagem e São Domingos, e duas léguas para o interior.

Baía de Guanabara em 1565

A aldeia fundada por Araribóia no morro de São Lourenço - escolhido por sua qualidade defensiva apesar do difícil acesso ao litoral - recebeu o nome de São Lourenço dos Índios. O dia 22 de novembro de 1573, data da posse solene das terras recebidas, é comemorado com a data oficial de fundação da cidade. Com a morte de Araribóia, em 1587, as terras começaram a ser subdivididas. As fazendas, lavouras, engenhos e portos que se estabeleceram nas novas sesmarias ou que já existiam à época da posse, originaram povoados e posteriormente freguesias como as de São Domingos, Praia Grande e São João Batista de Icaraí,

Os dividendos políticos das visitas da corte de D. João VI à freguesia de São Domingos, onde o regente dispunha de um palacete de campo, contribuíram para o desenvolvimento desses núcleos populacionais, que tinham na agricultura, na armação e na pesca e comércio de peixes e baleias suas atividades principais. Em 1819, por interferência do príncipe regente, a região foi elevada à categoria de vila, passando a chamar-se Vila Real da Praia Grande. O nome fazia menção à freguesia que deu origem ao centro da cidade e cuja sede ficava no Largo da Memória, atual Praça do Rink. Com a autonomia, outras freguesias mais afastadas, como São Francisco, Jurujuba, São Sebastião de Itaipu, Maruí e São Gonçalo do Amarante vieram integrar-se à esfera administrativa da Vila Real.

Icaraí no século XIX

Icaraí no início do Século XX

Em 1834, a Vila da Praia Grande (o nome Real havia sido suprimido desde a independência) foi escolhida sede do governo da recém-criada Província do Rio de Janeiro, uma vez que a cidade do Rio de Janeiro, capital do império, era considerada município neutro. No ano seguinte, a vila subiu à categoria de cidade, recebendo o nome de Nictheroy, que significa “água escondida” em tupi, por sua localização mais ao fundo da baía. A emancipação político-administrativa deu novo impulso à região e seu crescimento ficou cada vez mais visível com a multiplicação das edificações públicas, comerciais e residenciais, além da abertura de novas ruas. É dessa época a implantação do primeiro serviço regular de navegação a fazer a ligação marítima entre Rio e Niterói.

Com a proclamação da república em 1889, as antigas províncias tornaram-se estados. Niterói seguiu como sede do governo estadual até 1893, data da Revolta da Armada, quando perdeu a condição de capital para Petrópolis por questões de segurança. Apesar disso, resistiu heroicamente às forças revoltosas que sublevaram-se contra o Marechal Floriano Peixoto, recebendo do presidente seguinte, Prudente de Morais, o título de Cidade Invicta. Ainda no final do século XIX, as freguesias de São Gonçalo do Amarante, Nossa Senhora da Conceição do Cordeiro e São Sebastião de Itaipu se desligaram para formar o município de São Gonçalo, emancipado politicamente em 1890. A freguesia de São Sebastião de Itaipu, inicialmente desligada, reintegrou-se ao município na década de 1940, já como distrito de Itaipu.

Construção da Ponte Rio-Niterói

Construção da Ponte Rio-Niterói

Em 1903 Niterói recuperou a sede do governo fluminense e, nas décadas seguintes, passou por um grande processo de urbanização e modernização cujo ponto alto foi a inauguração da ponte Rio-Niterói em 1974. Mas a fusão dos Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara – criado nos anos 60 com a transferência da capital federal para Brasília - em 1975 e a conseqüente perda do posto de capital do estado para o município do Rio de Janeiro, repercutiram negativamente por quase quinze anos. A outrora Cidade Sorriso perdeu importância política e econômica nesse período, passando a ser considerada uma simples cidade-dormitório. Só a partir do final dos anos 80 Niterói redescobriu sua vocação turística e cultural. A revitalização de antigos espaços culturais e a criação de novos, aliado ao bom desempenho em indicadores de desenvolvimento regionais e nacionais, fizeram a população recuperar sua auto-estima e a cidade reconquistar sua posição de destaque.

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